Caso veio à tona após testemunha flagrar policiais rodoviários federais dando chutes e socos em morador de Palmas, durante abordagem em posto de combustível. Delegado diz que policiais tentaram mudar depoimento após ver que vídeo havia viralizado nas redes sociais.
Policiais Rodoviários Federais voltaram à Delegacia de Polícia Civil em Palmas, na noite de sexta-feira (6), para mudar depoimento e tentar fraudar o boletim de ocorrência após um vídeo de agressão viralizar na internet. Nas imagens, quatro agentes fazem abordagem a um morador de Palmas, em frente a um posto de combustível, no Jardim Aureny I. Mesmo deitado no chão e imobilizado, o homem detido é agrido com socos e chutes por dois dos policiais.
As informações foram relatadas pelo delegado Thiago Vaz Resplandes ao juiz da 2ª Vara Criminal de Palmas.
No texto, o delegado relatou que, a princípio, os policiais disseram que o motorista manteve-se colaborativo durante toda a abordagem. Quando perceberam que o vídeo havia viralizado nas redes sociais, retornaram à delegacia para acrescentar um suposto crime de resistência por parte do homem detido.
O que o delegado relatou
No documento, o delegado Thiago contou que estava de plantão na 1ª Central de Atendimento da Polícia Civil, na sexta-feira, quando por volta das 23h, dois policiais rodoviários federais conduziram um homem preso em flagrante por embriaguez ao volante e desobediência, já que ele teria desobedecido a ordem de parada. O delegado fixou fiança, que foi paga pelo motorista.
No texto, a autoridade constou que durante depoimento, um dos PRFs disse que o preso “foi entregue ileso nessa delegacia”. A fala causou estranheza para o delegado.
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“Como delegado de polícia há quase 06 anos, nunca me deparei com essa atitude defensiva por parte de um policial ouvido na condição de testemunha. Assim, pareceu-me que o PRF […] buscava, na verdade, eximir-se de alguma lesão produzida no conduzido e transferir sua responsabilidade para a equipe plantonista desta Central de Atendimento”, afirmou.
Por causa disso, o delegado questionou ao motorista como havia sido a abordagem, o qual informou que os agentes o haviam agredido, por meio de chutes.
Por causa da suspeita de tortura, Thiago e um agente conduziram o homem ao Instituto Médico Legal (IML), para passar por exame de corpo delito.
No relato, o delegado afirmou ainda que estava no IML, quando recebeu a ligação de um escrivão relatando que os PRFs tinham voltado à delegacia e mostrado um vídeo, publicado no Instagram, no qual eles apareciam agredindo o preso.