A redução se deu principalmente a partir da prisão de Carlos Augusto Silva Fraga, o Dad Charada, apontado como sendo o mandante das mortes.
A pronta atuação das forças de segurança do Tocantins, na repressão aos crimes contra a vida na Capital Palmas, tem demonstrado resultados satisfatórios, com uma redução que chega a 84% se comparados os primeiros seis meses do ano. De 1º de janeiro a 30 de junho deste ano, ocorreram 96 homicídios em Palmas, dos quais 70%, como ficou demonstrado pelas investigações, ocorrem no âmbito de disputa de poder entre facções criminosas.
O mês de maio foi o que mais registrou homicídios, chegando a 25 no total. Diante do cenário as forças de segurança, de forma integrada, realizaram diversas ações para coibir a escalada da violência.
“Reunimos todas as forças de segurança, montamos um plano estratégico e executamos, com o objetivo de dar mais segurança aos moradores de Palmas, em especial aos da região sul da cidade, onde se concentram o maior número de mortes. Isso trouxe mais tranquilidade aos moradores e um respiro aos policiais que puderam concentrar seus esforços na captura das lideranças criminosas”, destacou o secretário da Segurança Pública, Wlademir Mota Oliveira.
As ações deram certo, e já no mês de junho foi registrada uma redução de 50% no número de homicídios, se comparado ao mês de maio, caindo de 24 para 12 homicídios. O delegado titular da DHPP Palmas, Guilherme Torres, destaca ainda que a redução ocorreu principalmente a partir da prisão de Carlos Augusto Silva Fraga, o Dad Charada, ocorrida no dia 12 de julho deste ano .
“Nós conseguimos localizar o paradeiro dele em Passo Fundo (RS), pedimos apoio da polícia local e ele foi preso em cumprimento a mandado de prisão, fruto de uma investigação de um homicídio ocorrido ainda em 2022, quando ele ainda pertencia a facção paulista e os alvos eram seus desafetos dentro da mesma organização”, explicou o delegado Guilherme Torres.
Dinâmica dos fatos
As investigações apontaram que, após ser expulso de uma organização paulista com ramificações no Tocantins, Dad Charada, foi cooptado por Luxúria, que é líder da ramificação tocantinense de uma facção carioca, para fazer parte dessa organização. Ao ser aceito na facção rival, Dad Charada recebeu a missão de Luxúria para “abater” as lideranças de sua antiga organização.
O delegado adjunto da 1ª Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP – Palmas), Eduardo Menezes, que esteve à frente da Operação Gotham City, que prendeu Dad Charada e Luxúria, explicou que o objetivo era reduzir o poder local da facção rival.
“O objetivo era deixar a facção paulista, que é maior em termos de efetivo, sem líderes, fazendo com que os pequenos fossem cooptados também para a facção carioca. LX colocou todo seu efetivo operacional à disposição para executar o plano de mortes. No meio disso tudo, Charada aproveitou para se livrar de alguns desafetos da antiga facção. Como ele conhecia bem os membros do outro lado, os executores partiam já com o alvo certo e com todas informações possíveis, de forma que era praticamente impossível não cumprir a missão”, frisou.
O delegado destacou ainda que em algumas dessas investidas, infelizmente, pessoas inocentes, sem ligação alguma com o crime organizado, acabaram morrendo.
No 11 de julho, Dad Charada foi recambiado para o Tocantins, sendo encaminhado para unidade prisional de Palmas e, posteriormente, transferido para o Presídio Barra da Grota, em Araguaína. No dia 23 de julho foi encontrado morto em sua cela. O inquérito policial, conduzido pela 29ª Delegacia de Polícia de Araguaína, concluiu que a causa da morte foi suicídio, conforme já indicavam os laudos cadavéricos realizados pela perícia técnica.
Enfrentamento e Queda dos índices
Ainda no mês de maio, por meio da atuação integrada das forças de segurança, cinco indivíduos foram presos durante uma abordagem da Guarda Metropolitana de Palmas, dentre eles, alguns dos principais executores da facção carioca.
Com a prisão desses cinco indivíduos, os números se mantiveram em queda. Em julho foram registradas três mortes; em agosto duas. Já nos meses de setembro e outubro foram cinco mortes em cada e até o presente momento, o mês de novembro registrou apenas uma morte.
O Delegado-Geral da Polícia Civil, Claudemir Ferreira Luiz, ressaltou que as investigações continuam e que o objetivo é manter os números reduzidos e devolver a segurança para a população de Palmas. “A Polícia Civil continua reforçando o seu efetivo bem como investindo em novas tecnologias e isso ficou demonstrado nos números apresentados. Mas o nosso objetivo sempre será manter esses números o mais próximo de zero possível para que o palmense e os tocantinenses, de modo geral, possam viver sem medo e com segurança”, finalizou.
Vania Machado e Laiane Vilanova/Governo do Tocantins
|