16 mandados de busca domiciliar cumpridos em endereços de quatro cidades paulistas.
Computadores, notebooks, aparelhos celulares, chips telefônicos, cartões de contas bancárias abertas em nomes de terceiros, máquinas de passar cartões e outros dispositivos informáticos foram apreendidos durante as operações “Operadora Paralela II” e “Arremate”, ambas deflagradas na manhã desta terça-feira, 15, pela Polícia Civil do Tocantins, no Estado de São Paulo, especificamente nas cidades de Guarujá, Praia Grande, Itanhaém, e também na capital paulista.
As operações são coordenadas pela Divisão Especializada de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC – Palmas), sob o comando do delegado Lucas Brito Santana, e têm o objetivo de desarticular associações criminosas especializadas no ataque conhecido como “SIM Swap”, consistente no resgate fraudulento de linhas telefônicas, e no “Golpe do Falso Leilão”, cometido a partir da veiculação de leilões fictícios em páginas da internet.
O delegado Lucas Brito Santana destaca que a deflagração das Operações, na manhã desta terça-feira, 15, ocorre após o deferimento de representações policiais e expedição de 17 mandados judiciais, sendo um de prisão preventiva e 16 de busca domiciliar, em endereços situados na capital paulista e nas cidades de Guarujá, Praia Grande e Itanhaém.
As diligências seguem no sentido de localizar e capturar o indivíduo investigado por comandar tais práticas criminosas.
Ainda nesta terça-feira, será efetivado o bloqueio e sequestro dos valores obtidos criminosamente, junto às contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados, no montante somado de, aproximadamente, R$ 100 mil.
Operadora Paralela II
O delegado Lucas Brito Santana explica que a “Operadora Paralela II” é desdobramento de investigações que tiveram início no ano de 2022, quando duas vítimas, residentes em Palmas (TO), perderam o controle dos seus números de telefone e, após a alteração de suas credenciais por criminosos, acabaram por ter todos os seus perfis em redes sociais invadidos e, em um dos casos, até contas bancárias.
“As investigações revelaram que, a partir dos ataques de SIM Swap, os infratores, assumindo as identidades das vítimas, postaram anúncios fraudulentos de produtos e serviços, de naturezas diversas, por intermédio dos perfis invadidos em redes sociais, sobretudo dos vinculados ao Instagram, tendo auferido vantagens indevidas de alguns seus seguidores, os quais acreditavam negociar com os próprios e transferiram valores para as contas indicadas pelos golpistas. Até o presente momento, identificaram-se oito vítimas dos anúncios ardilosamente postados, caracterizando-se, em todas as situações, o delito de estelionato mediante fraude eletrônica, totalizando-se o montante aproximado de R$ 15 mil em prejuízos econômicos”, destaca o delegado.
Além deste crime, os investigados também respondem por associação criminosa, invasão de dispositivo informático, furto eletrônico e falsa identidade, havendo também indícios quanto ao cometimento dos delitos de lavagem de capitais e de falsidade ideológica.
Arremate
Já a operação “Arremate” deriva de fraude também praticada em meio virtual, há alguns meses, na qual a vítima, após consultar um site supostamente vinculado a um leilão de veículos, teria se interessado por um deles, arrematado-o por cerca de R$ 85 mil. “A vítima chegou, inclusive, a receber um termo de arrematação que lhe asseguraria a propriedade do bem. Ocorre que tudo não se passou de uma articulação fraudulenta, sendo que tal leilão era fictício e o automóvel jamais foi remetido”, explica o delegado.
Neste caso, os implicados respondem por associação criminosa, estelionato mediante fraude eletrônica e lavagem de capitais.
Nomes e apoio
A escolha do nome “Operadora Paralela II” faz alusão ao modo de agir dos infratores, os quais, valendo-se da estrutura das operadoras de telefonia, seja por meio da utilização indevida dos sistemas destas empresas ou mesmo da cooptação de seus colaboradores, lograram êxito no resgate criminoso da linha telefônica de terceiros. Já a nomenclatura “Arremate” remonta à forma de aquisição de bens em leilões.
A DRCC – Palmas contou com o apoio de diversas forças de segurança dos Estados do Tocantins e São Paulo, totalizando mais de 70 policiais civis envolvidos nas operações.
Crédito:Vania Machado/Governo do Tocantins
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