Portaria foi publicada pela Corregedoria da Polícia Civil do Tocantins. Operação da PF foi deflagrada em outubro do ano passado para apurar obstrução em investigações policiais.
Seis delegados e quatro agentes da Polícia Civil, afastados durante uma operação deflagrada em outubro do ano passado e que investigou interferência em investigações ,ficarão por mais 60 dias longe dos cargos. Foi o que determinou uma portaria publicada pela Corregedoria da Polícia Civil nesta segunda-feira (18).
O afastamento veio à tona durante uma operação da Polícia Federal para desarticular uma suposta organização criminosa que atuaria obstruindo investigações e vazando informações aos investigados.
Na época, o então governador Mauro Carlesse também precisou se afastar do cargo por 180 dias após determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O político era o principal investigado. Carlesse renunciou ao cargo em março deste ano.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública, por meio da Corregedoria-Geral informou que, uma vez findado o período de afastamento determinado pela Justiça, de 180 dias, a Corregedoria entendeu ser pertinente a prorrogação do afastamento para a conveniência da instrução dos processos administrativos e da sindicância que foi aberta pela Corregedoria.
Não há informações sobre a participação de cada investigado e quais teriam sido as investigações prejudicadas pela interferência do grupo criminoso.
Apesar disto, a Polícia Federal informou que “o governo estadual removeu indevidamente delegados responsáveis por inquéritos de combate à corrupção conforme as apurações avançavam e mencionavam expressamente membros da cúpula do estado”.
Além disso, o Ministério Público Federal acusou Carlesse de encomendar ao menos um flagrante falso de tráfico de drogas,entre outros crimes. A informação consta em um trecho da denúncia que foi lida pelo ministro Mauro Campbell durante a sessão que confirmou o afastamento de Mauro Carlesse (PSL) do cargo.
Mauro Campbell lembrou mudanças feitas pelo governo no Manual de Procedimentos da Polícia Civil, num episódio que ficou conhecido como ´Decreto da Mordaça´.
Entenda o afastamento
O afastamento do governador e diversos agentes públicos foi determinado monocraticamente pelo ministro Mauro Luiz Campbell e confirmado pela corte do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
- agamento de propina relacionada ao plano de saúde dos servidores estaduais;
- obstrução de investigações;
- incorporação de recursos públicos desviados.
Conforme apuração da TV Anhanguera, a investigação, que teve início há cerca de dois anos, estima que cerca de R$ 44 milhões tenham sido pagos a título de vantagens indevidas. Os valores podem ser maiores, já que a participação de outras empresas no esquema ainda é investigada.
Na manhã desta quarta-feira (20) a Polícia Federal fez buscas na casa de Carlesse e na sede do governo do Tocantins. Foram apreendidos dois veículos do governador, levados para a sede da PF em Palmas.
Segundo a PF, as buscas desta quarta-feira fizeram parte de duas operações complementares, que investigam: