No Tocantins os pacientes são acolhidos nos Serviços e Centros Especializados em Reabilitação em Palmas, Porto Nacional, Colinas e Araguaína.
Com o objetivo de promover a conscientização e prevenção da ostomia, no Dia Nacional dos Ostomizados, celebrado em 16 de novembro, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) chama a atenção para o combate ao preconceito através da informação. Também conhecida como estomia, a ostomia é uma cirurgia realizada com objetivo de construir um novo caminho para eliminar a urina e as fezes, é um procedimento que salva vidas.
De acordo com o Guia de Atenção à Saúde da Pessoa com Estomia, do Ministério da Saúde (MS), a necessidade do procedimento para a manutenção da vida é gerada através de condições traumáticas ou patológicas. Acredita-se ser um desafio para a maioria das pessoas viver com estomia, pois elas necessitam de cuidado e atenção qualificada dos profissionais de saúde, suprindo a demanda de assistência e a educação para o autocuidado.
“Precisamos escutar as necessidades dos ostomizados para desenvolver políticas públicas que atendam suas reivindicações. Hoje no SUS tocantinense temos uma superintendência que trabalha para a melhoria na prestação de serviços ofertados a estes pacientes, com profissionais capacitados e com distribuição de bolsas coletoras regularmente”, destacou a superintendente da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência da SES-TO, Rosa Helena Ambrósio de Carvalho.
Segundo o diretor de Assistência Especializada em Reabilitação da SES-TO, Edson Chaves, “esta data é importante para dar visibilidade para essas pessoas, para mostrar para essas pessoas que apesar do estômago que ela possui, ela pode ter uma vida plena. E para garantir direitos também, hoje no estado do Tocantins, através dos Centros e Serviços Especializados em Reabilitação, a gente oferece esse serviço de atendimento integral ao estomizado”.
“Apesar de ser um procedimento cirúrgico que proporciona uma nova oportunidade da pessoa viver com qualidade, a adaptação inicial é um pouco difícil e independente das características, é sempre um acontecimento traumático para aquela pessoa que vai usar a bolsa, pois acarreta diversas mudanças na vida da pessoa. Então, a data comemorativa tem como objetivo divulgar informações que contribuam para combater o preconceito que existe muito ainda contra as pessoas que utilizam o procedimento da estomia”, relatou a Estomatrapeuta, especialista em ostomias da SES-TO, Andrea Silva Araújo.
O paciente Ronaldo Ernesto, que realiza acompanhamento no Centro Especializado em Reabilitação III, em Palmas, contou que, “sou ostomizado em definitivo já vai para 9 anos, assim como uso óculos, a ostomia é uma coisa que faz parte da minha vida. Então, vivo normalmente, entre aspas, dentro desta nova realidade”.
“As pessoas veem o ostomizado como um ser incapaz de certas coisas, como todas as outras coisas, nós temos limitações, algumas em função da ostomia, mas isso não quer dizer que seja um incapaz. Eu tenho 70 anos, mas tem jovens ostomizados, tem criança e essa moçada precisa conviver normalmente na sociedade, precisa se incluir no mercado de trabalho”, acrescentou o paciente.
Números
No Brasil, de acordo com o MS, existem mais de 400 mil pessoas estomizadas. No Tocantins, existem aproximadamente 400 pacientes ostomizados que fazem acompanhamento nos Serviços e Centros Especializados em Reabilitação (SCERs) em Palmas, Porto Nacional, Colinas e Araguaína. Só no ano de 2024, até o início do mês de novembro, os SCER’s distribuíram aproximadamente 30.000 bolsas de colostomia. Além de mais de 500 adjuvantes, que são as barreiras protetoras de pele que auxiliam na instalação dessa bolsa.
“O atendimento SCER’s é pautado para prevenir complicações. O paciente precisa compreender os cuidados que devem ser realizados no pré e pós-operatório, de acordo com o quadro estoma, ter o profissional especializado como referência para estar dando as orientações adequadas e sempre estar esclarecendo as dúvidas, porque sempre vão haver dúvidas, principalmente no início do uso desse dispositivo”, finalizou a Estomatrapeuta, Andrea Silva Araújo.
Serviços e Centros Especializados em Reabilitação
Os Serviços e Centros Estadual de Reabilitação (SCERs) visam reabilitar pessoas com deficiência física e intelectual, com a finalidade de promover a inclusão social através da garantia de um atendimento de saúde de qualidade e com o máximo de eficiência.
As unidades dispõem de equipe multiprofissional composta por enfermeiro, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, médico ortopedista, médico neurologista, assistente social, terapeuta ocupacional, nutricionista e psicólogo. Na unidade, também são realizadas consultas, avaliação, diagnóstico, terapias, indicação de órtese, prótese e meios auxiliares de locomoção, os quais serão concedidos pelo Estado.
O Tocantins conta com dois CER’s: um localizado em Palmas, que atende a região de saúde do Capim Dourado, Ilha do Bananal e Cantão, após encaminhamento médico e outro em Colinas, que atende as regiões de saúde do Cerrado Tocantins e Médio Norte Araguaia e Bico do Papagaio.
Além disso, conta com outros dois SER’s: um em Araguaína, que atende as regiões de saúde Médio e Norte Araguaia, Bico do Papagaio, Cerrado Tocantins Araguaia e outro em Porto Nacional, que atende a região de saúde Amor Perfeito e Sudeste.
Programação
A Superintendência da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência (SRCPD) da SES-TO realizará na terça-feira, 19, no Palácio Araguaia Governador José Wilson Siqueira Campos, o Encontro dos Ostomizados do Tocantins. O evento é uma alusão ao Novembro Verde, marca a celebração ao Dia Nacional dos Ostomizados, com o objetivo de promover a troca de experiências e apresentar novas informações a pacientes, familiares e profissionais. O encontro visa enfatizar a importância, as necessidades e os desafios, bem como a luta pelos direitos, à liberdade e dignidade.
André Araújo/Governo do Tocantins