Proposta é antecipar um novo estudo da revisão tarifária, que é realizada a cada quatro anos, sendo que a última ocorreu em 2021.
Em audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto), nesta quinta-feira, 23, o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, propôs a realização de novos estudos de viabilidade econômica para a tarifação da conta de água dos tocantinenses que residem nos 46 municípios atendidos pela BRK Ambiental. A sessão foi solicitada pelo deputado estadual Marcus Marcelo, promovida pela Comissão de Defesa do Consumidor da Casa de Leis, e teve como tema central a revisão do valor cobrado por metro cúbico de água no Estado.
Wanderlei Barbosa ressaltou que esta é uma discussão a cargo do parlamento, mas as ações são do Governo e reforçou a necessidade de clareza na apresentação de informações. “Uma coisa me chamou atenção no Fórum de Governadores da Amazônia: os preços praticados pelos estados da região Norte são divergentes do Tocantins, que opera com o preço mais alto entre eles. De que maneira chegaram a esses valores? Se foram feitos os estudos que chegaram a esses denominadores, nós temos a capacidade de revisar”, pontuou o Governador.
A revisão tarifária ocorre a cada quatro anos. A última foi realizada em 2021, quando a Agência Tocantinense de Regulação, Controle e Fiscalização (ATR) contratou a Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace) para realizar os estudos de revisão. A Fundação é de apoio da USP/Ribeirão Preto, especializada em saneamento, com portfólio e capacidade técnica nas áreas de revisões tarifárias e de saneamento para várias agências reguladoras. A contratação foi referendada pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e pela Controladoria-Geral do Estado (CGE). Este último estudo foi realizado anteriormente à atual gestão de Wanderlei Barbosa.
“Então, eu acho que é momento de revisar essa tarifação. Essa revisão deve ser realizada para que possamos chegar no valor que aproxime do Estado mais barato da região Norte”, certificou Wanderlei Barbosa.
O atual presidente da ATR, Israel Domingues Guimarães, afirmou que buscará antecipar o estudo de viabilidade tarifária, no que diz respeito à BRK Ambiental. “O estudo que seria para o segundo semestre do ano que vem, vamos trabalhar para ser realizado ainda no primeiro semestre de 2024, além de auditar as outras duas revisões para que, assim, a gente consiga, de forma transparente, mostrar para a população e, se caso houver divergência, será alterada e refeita a propositura na próxima revisão e, certamente, se ela for para menos, a conta irá abaixar”, concluiu.
O deputado estadual Marcus Marcelo, responsável pela realização da audiência pública, enfatizou a importância da discussão. “A BRK atende 46 dos 139 municípios, mas atende as maiores cidades. Isso representa mais de 70% da população tocantinense. Essa é uma discussão para além da tarifa, pois envolve questões de saúde e dignidade”, pontuou o deputado.
O diretor-presidente da BRK Ambiental no Tocantins, José Mário Ribeiro, se dispôs a participar de uma revisão extraordinária, caso venha acontecer. “A BRK segue uma estrutura tarifária feita por uma consultoria contratada pela ATR que, junto com seus técnicos, fizeram estudos e encontraram essa estrutura tarifária equilibrada para o plano de investimento necessário e prazos contratuais estabelecidos. Está se discutindo a possibilidade de fazer uma revisão extraordinária. Concordo. Mas um ponto que não pode abrir mão é de um estudo técnico onde a gente possa colocar todos os pontos de forma transparente”, finalizou.
No Tocantins, 46 municípios são atendidos pela BRK Ambiental; 44 são atendidos pela Agência Tocantinense de Saneamento (ATS); 35 são atendidos pela concessionária Hidroforte; dois são atendidos pela Sanorte; e 12 municípios são autônomos no serviço de saneamento básico.