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Comunidade do Jalapão participa de oficina prática de produção da farinha de jatobá

Na roda de conversa, produtores e equipe do Naturatins dialogaram sobre ações do Manejo Integrado do Fogo para 2022.

 

 

Na comunidade Fazenda Nova, da região do Jalapão, a oficina prática de produção da farinha de Jatobá, ministrada pelo agroextrativista José Batista dos Santos, mais conhecido como seu Zé Mininim, integrante da Rede Jalapão, produtores rurais receberam orientações e dicas sobre o manejo do fruto para complementar a renda. Ao longo do encontro, realizado nesse final de semana, a comunidade recebeu orientação sobre o período de coleta do fruto, a forma adequada de despolpamento, armazenamento, torra, comercialização, além de dicas de usos, receitas e embalagens.

Rejane Nunes, supervisora da Área de Proteção Ambiental (APA) do Jalapão, conta que durante roda de conversa, os produtores e a equipe do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) também dialogaram sobre o planejamento dos aceiros e acordo do calendário de queima da comunidade. “Vale ressaltar que a oficina sobre o jatobá, como de outros frutos nativos, mostra o potencial da produção agroextrativista para o complemento da renda familiar. A retomada de encontros entre comunidades e o órgão ambiental deve se estender por todo o mês de abril, com distribuição de cartazes e dos nossos contatos para consolidarmos a agenda do MIF [Manejo Integrado do Fogo] deste ano, uma vez que cada comunidade tem data e forma de manejo diferente”, destaca.

Segundo a supervisora da APA, a oficina prática de produção da farinha faz parte do curso sobre o jatobá, oferecido pela Fundação Pró-Natureza (Funatura) e pela Associação Comunitária dos Artesãos e Pequenos Produtores de Mateiros (ACAPPM), no âmbito do projeto Rede Jalapão de Mateiros para integração dos produtores/extrativistas e troca de saberes. No município, o projeto busca estimular a geração de renda a partir da comercialização de produtos da biodiversidade local, como o jatobá, cajuzinho, entre outros, que já fazem parte da cultura tradicional das comunidades jalapoeiras. E tem como pilares a segurança alimentar, geração de renda e conservação da biodiversidade.

Flávia Rodrigues dos Santos, coordenadora do projeto Rede Jalapão de Mateiros, explica que a iniciativa no município é financiada pelo Programa de Pequenos Projetos Ecossociais (PPP-ECOS) do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF – Global Environment Facility), implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP), com previsão até 31 de novembro do corrente ano. A Funatura foi selecionada no 30º edital de Convocação de Territórios e Áreas Conservados por Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais e Locais (TICCAs), publicado pelo Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) para recuperação dos impactos gerados pela pandemia de Covid-19, no bioma Cerrado e sua área de transição.

“A Rede Jalapão é uma experiência muito legal, composta por famílias, instituições parceiras com interesse voltados para a conservação do Cerrado e busca de melhoria da qualidade de vida para os moradores rurais. Nasceu da necessidade de buscar alternativas menos impactantes para os moradores do entorno do Parque Estadual do Jalapão (PEJ).  Desde sua implantação essas famílias passaram a comercializar seus produtos de forma mais ordenada. A Rede Jalapão é uma experiência exitosa feita por várias mãos. Parte da renda dessas famílias vem do extrativismo. É um incremento a mais na renda das famílias”, reitera Flávia Santos.

Manejo do fogo

O Manejo Integrado do Fogo (MIF) considera aspectos culturais e históricos sobre o uso do fogo; e aspectos técnicos com ações de prevenção, preparação, combate, restauração florestal, uso de queimadas prescritas e ainda a ecologia do fogo, com o objetivo de proteger áreas de vegetação sensíveis, como mata ciliar, fragmentando e reduzindo o acúmulo de material combustível, criando mosaicos de vegetação, com diferentes estágios de regeneração pós-fogo.

Por sua vez, o MIF de base comunitária promove a efetiva participação das comunidades locais no planejamento e implementação de queimas controladas conjuntas, além da responsabilidade e protagonismo das comunidades residentes nas Unidades de Conservação (UCs)  e seu entorno, na tomada de decisão sobre o uso do fogo, visando minimizar a ocorrência e a extensão de incêndios.

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