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Através da internet Brasileira conhece paquistanês e se casa 15 anos depois e ainda ganha ouro na linda cerimônia

Hoje ela mora no Paquistão e posta em uma rede social curiosidades sobre sua vida, desde as comidas típicas até o primeiro terremoto que enfrentou. O inicio foi assim..Enquanto praticava o inglês, Danyella conheceu o marido pela internet.

 

 

 

Uma história de amor pode começar onde menos se espera e em qualquer lugar do mundo. Foi o que aconteceu com a palmense Danyella Carneiro do Nascimento, de 31 anos e o paquistanês Fawad Saleem, de 38. Eles se conheceram há 18 anos, quando Danyella começou a praticar inglês na internet. A amizade virtual se prolongou no tempo e virou romance. Em 2020, os dois se casaram no Paquistão, em uma cerimônia ‘simples’, com direito a dote, além de ouro e dinheiro como presente dos convidados.

Uma história de amor pode começar onde menos se espera e em qualquer lugar do mundo. Foi o que aconteceu com a palmense Danyella Carneiro do Nascimento, de 31 anos e o paquistanês Fawad Saleem, de 38. Eles se conheceram há 18 anos, quando Danyella começou a praticar inglês na internet. A amizade virtual se prolongou no tempo e virou romance. Em 2020, os dois se casaram no Paquistão, em uma cerimônia ‘simples’, com direito a dote, além de ouro e dinheiro como presente dos convidados.

Em um dos vídeos, ela brinca com comentários preconceituosos: “Minha difícil vida de casada com paquistanês enquanto espero resgate”, escreve. Em seguida, ela vai mostrando o quanto é bem tratada, respeitada e mimada pelo marido, desde jantares a joias que ganha do Fawad.

“Sofrendo enquanto ganho uma joia. Ele aprendeu a gostar de sushi e agora vive me levando para jantar. Ensinando minha cunhada a dirigir, quem sabe ela consegue fugir um dia. Ele me fazendo massagem, enquanto o resgate não chega. Sacando dinheiro da conta dele para fugir. Muitas lágrimas enquanto ele me leva de Miami para Dubai”.

Em outro vídeo, Danyella ensina a fazer pratos típicos do Paquistão, como o nihari e biriyani, comidas feitas à base de frango e até tamarindo. Mas, quando ela viaja para o Brasil faz questão de fazer a sua ‘trouxinha’ de comidas brasileiras, levando desde massa de cuscuz, limão, feijão e café. Segundo ela, no Paquistão, o café é muito caro.

Conheça a história do casal e curiosidades sobre a vida de Danyella no país estrangeiro. Em entrevista  ela relata como é o contato com a sogra, a experiência de morar em um país muçulmano e o medo de passar o primeiro terremoto.

Da amizade virtual ao namoro

 

Danyella e Fawad se conheceram em 2005. Na época, ela era uma adolescente fazendo curso de inglês e começou a procurar alguém na internet para praticar a língua.

“Eu era pirralha, tinha uns 13 anos e ele já estava na faculdade, então não era um relacionamento amoroso, era meu amiguinho de internet e falava inglês comigo. Ele perguntava como era a minha vida, como era o lugar onde eu morava no Brasil, era assim bem inocente mesmo”, relatou.

Após anos de amizade, em 2013, os dois começaram a se interessar um pelo outro, quando decidiram se encontrar. A primeira ideia seria uma visita de Fawad ao Brasil. Ele viria a Palmas conhecer Danyella e a família, mas a mãe dele não deixou.

Na cultura paquistanesa, um pedido de mãe é quase lei e ela achava o Brasil perigoso. O casal não desistiu. “Então teve o plano B, ele tinha uma viagem para Londres a trabalho e me convidou para a gente se encontrar lá”.

Apesar de anos de amizade, a tocantinense teve todo o cuidado para se proteger. Danyella enviou um email para a família e amigos, contendo fotos dos documentos dos dois, informações do hotel onde ficariam e até palavras de segurança.

“Se eu mandasse uma mensagem com tal palavra, eles ligariam para polícia”. Mas segundo ela, deu tudo certo. Em 2014, o futuro casal se encontrou na Europa.

Todos juntos na mesma casa

 

Depois do encontro em 2014, o casal começou a namorar. Danyella decidiu visitar o Paquistão para conhecer a família de Fawad. Para a surpresa dela, todos moravam juntos, na mesma casa. No primeiro momento, a palmense achou que o relacionamento poderia não dar certo por causa dos costumes e diferenças.

“Eu vim para o Paquistão duas vezes antes de me casar, em 2016 e 2018. Aqui as famílias têm o costume de morar todos juntos na mesma casa e eu não gostava da ideia. Achava que isso não iria dar certo. Depois de 5 anos namorando à distância, a gente tentou ficar afastado e também não deu certo. No fim, meu medo era sem fundamentos e eu fui acolhida pela família”, relatou.

Ainda no namoro, Danyella também teve problemas com a futura sogra. A mãe de Fawad é muçulmana e bastante apegada à religião, por isso achava que o casamento do filho com uma brasileira cristã não daria certo e acabaria em divórcio, que embora seja permitido dentro do islã, é mal visto culturalmente.

As diferenças ficaram apenas no início. Com o passar do tempo, tudo foi se ajeitando. A sogra aceitou o relacionamento e as duas construíram uma bonita amizade. “Hoje ela diz que se arrepende de não ter concordado antes”, garante Danyella.

Ouro no casamento

Fawad pagou um dote à noiva e uma festa pequena foi feita. Diferentemente do Brasil, no casamento paquistanês, os convidados não dão eletrodomésticos como presentes. Mas, mimos muito mais valiosos.

“Tive uma festa pequena de casamento, de presente eu ganhei ouro e dinheiro”.

A vida no Paquistão

 

Vivendo em Lahore, uma cidade com mais de 11 milhões de habitantes, a tocantinense já se acostumou com as diferenças entre os países. Mas, confessa que sente falta de coisas simples, como uma manicure brasileira para tirar as cutículas e pintar as unhas.

“Aqui tem, mas o valor geralmente é duas vezes mais caro. Elas vão te fazer uma massagem, passar um óleo, mas não vão tirar a cutícula, nem pintar as unhas. No dia do meu casamento foi e fizeram tudo isso, mas não pintaram. Cobraram a mais por isso e ainda não ficou bom”.

A comida, bem diferente, também foi um problema no começo. Danyella conta que os pratos são bastante temperados e bem gordurosos. Ela chegou a perder 6kg.

“Os paquistaneses têm anticorpos que a gente não tem, a comida de rua pode te dar uma diarreia”, conta.

 

A brasileira ainda disse que a poluição incomoda bastante por causa da grande quantidade de carros circulando nas ruas. Outra diferença é a mão inglesa, quando o volante fica no lado direito do carro, e o carro trafega pelo lado esquerdo da estrada.

A comida, bem diferente, também foi um problema no começo. Danyella conta que os pratos são bastante temperados e bem gordurosos. Ela chegou a perder 6kg.

Viver em um país que segue o islã

 

O Paquistão é um país que segue a Sharia, lei muçulmana. Apesar do estereótipo e preconceito, Danyella conta que nunca sofreu qualquer tipo de represália, mas sabe que nas cidades grandes existe uma liberdade maior.

“Em Lahore existem minorias cristã, budista, hinduísta, também tem igrejas católicas, uma faculdade presbiteriana. Em igrejas protestantes eu conheço pessoas daqui, não imigrantes que são cristãos. Aqui as pessoas têm mais liberdades que em por exemplo lugares menores, vilas mais conservadoras pode ser que seja um problema”.

Prestes a completar três anos de casamento, Danyella segue a vida no Paquistão com felicidade. Já se adaptou a muitos costumes, mas às vezes ainda leva alguns sustos, como a primeira vez que passou por um terremoto.

Durante o tremor, o marido e a família ficaram tranquilos, mas surpresos por Danyella nunca ter passado pelo fenômeno.

“Comecei a perguntar o que a gente ia fazer, se íamos para algum lugar se proteger, se íamos para a rua e meu marido disse que não precisava. Ele disse que tem tanta gente na cidade e que se todo mundo saísse por causa do terremoto, não ia ter espaços para se proteger. Então era melhor ficar dentro de casa mesmo”.

Crédito Jesana de Jesus.

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