Com um estande de 42 m² na maior feira de artesanato da América Latina, peças do artesanato local se destacam por suas características únicas.
Peças que traduzem tradição, cultura e história. No estande do Tocantins na maior feira de artesanato da América Latina (Fenearte), visitantes chegam de diferentes partes do Brasil e do mundo, e em uma simples caminhada pelo corredor número seis do Centro de Convenções de Pernambuco, têm acesso a trabalhos únicos, produzidos por artesãos individuais e entidades representativas tocantinenses vindos dos municípios de Itacajá, Tocantínia, Gurupi, Xambioá, Palmas, Ponte Alta do Tocantins, Dianópolis e da Ilha do Bananal. Os profissionais foram selecionados pelo Governo do Tocantins, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), através de um edital de chamamento público para levarem a cultura local para além das barreiras geográficas que separam os estados.
Yasuko Yamamoto é uma comerciante japonesa residente na prefeitura de Kanagawa, localizada na região de Kantō, no Japão, onde possui uma loja especializada em produtos brasileiros, dentre os quais estão inclusos trabalhos produzidos em capim-dourado, como bolsas, biojoias e vasos. Ela conta que já esteve no Tocantins diversas vezes e que conheceu o artesanato local de forma on-line. “Trabalho com capim-dourado há mais de 14 anos, então já tinha experiência com o artesanato do Tocantins. Conheci pela internet e comecei a fazer negócios com artesãos tocantinenses. Depois vim para o Brasil pela Apex em 2018 e visitei a Fenearte. Gostei muito e desta vez voltei por minha conta”, disse Yasuko, que levará novas peças criadas em materiais como capim, argila e palha de buriti.
O artesanato tocantinense também desperta o interesse de outros estados brasileiros. Curadora da loja oficial do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), o primeiro museu moderno do país, fundado na década de 1940, Adélia Borges fala sobre o interesse dos visitantes da instituição no trabalho produzido pelo povo Karajá, que já é comercializado na loja. Visitando o estande do estado na Fenearte 2024, representantes do MASP adquiriram R$ 10.000,00 em bonecas Ritxòkò e maracás, peças que agora terão como nova casa o espaço de arte, até que alcancem às residências e estabelecimentos de novos donos pelo Brasil e pelo mundo.
“O MASP é o maior museu do Hemisfério Sul e a gente tem uma loja que reflete a pluralidade cultural do Brasil. Para nós, é muito importante ter os produtos do Tocantins. Eu já visitei o estado para pesquisar artesanato e desta vez, aqui na Fenearte, selecionamos peças do povo Karajá, que a gente já tem na loja e que são muito apreciadas pelos visitantes do museu, tanto os brasileiros quanto os estrangeiros que se encantam com essa arte tão bonita”, disse.
Representando o trabalho de diversos artesãos da região de Formoso do Araguaia / Ilha do Bananal, Rafael Karajá se empolga ao falar das boas notícias que levará aos artesãos de seu povo. “Eu vim para a feira através da Casa de Cultura Karajá. Essa é a minha primeira vez, mas a Casa de Cultura já participou de feiras outras vezes. Foi uma felicidade para nós. A gente vendeu tudo de uma vez e foi pedido que a gente comercializasse ainda mais. Sobraram apenas cinco bonecos para o restante da feira. Vou voltar com boas notícias para a associação”, disse.
Para o secretário da Cultura Tião Pinheiro, momentos como esses sinalizam a importância que está em levar o artesanato tocantinense para as feiras nacionais. “Através desses eventos pessoas de todo o Brasil e, por vezes, de fora dele, têm acesso ao rico artesanato produzido no Tocantins, que é uma representação da nossa cultura, da nossa criatividade e dos nossos costumes. Essas ações fazem parte do projeto de fomento e da orientação do nosso governador Wanderlei Barbosa”, finaliza.
Fotos: Kadu Souza / Governo do Tocantins