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Em Monte do Carmo foliões começam a percorrer fazendas em festa que mistura fé e tradição.

A Folia do Divino Espírito Santo  percorrerá a zona rural do município, além de outras cidades, durante 35 dias.

 

 

A folia é uma tradição secular, que envolve música e fé, ganhou mais um capítulo. É a Folia do Espírito Santo, que começou nesse fim de semana, e está percorrendo a zona rural de Monte do Carmo.

A celebração começa na Páscoa e dura cerca de 35 dias. Durante esse período, os foliões percorrem grande parte da zona rural da cidade, além de municípios vizinhos.

A festa lembra as andanças de Jesus e os discípulos.

“A gente chega, entra na casa, faz o canto. Depois do canto, tem as brincadeiras, as rodas, as cantorias, de autoria dos próprios foliões. Nesse canto, a gente abençoa o morador e pede ajuda para o Imperador. Vamos de casa em casa até chegar no pouso marcado. Todos os dias, pousamos em um lugar diferente”, explicou o professor Wando Nascimento.

O Imperador é o personagem principal da festa. Ele é o responsável pela realização da festa e recebe as homenagens feitas pelos fiéis.

Antes da partida, os foliões se reúnem e seguem para uma bênção na igreja da cidade.

“A festa do divino, é a festa para anunciar que Jesus ressuscitou. Com a chegada do Divino Espírito Santo, a igreja foi fundada pelo Espírito Santo neste dia. Virou uma cultura do povo, uma religiosidade popular, que hoje é importantíssima na vida da gente”, explicou o bispo de Porto Nacional, Dom José Moreira.

Antes de sair para mais um mês de missão, os foliões interagem com a comunidade. Em uma demonstração de respeito, os fiéis reverenciam e beijam as bandeiras. Aos 81 anos, Dona Raimunda Galvão acompanha a tradição há muito tempo, mas ainda se emociona com a festividade.

“Eu gosto muito, é muito bonita a festa”, diz emocionada.

“A bandeira do Divino Espírito Santo leva os sete dons do Espírito Santo, essa folia vai girar 33 dias nas fazendas, na zona rural. As pessoas estão esperando ansiosas porque estão esperando a divindade. É o o Divino que chega para derramar os sete dons do Espírito Santo”, explica o pároco de Monte do Carmo, Anderson Silva.

Antes de seguir para os chamados giros, a folia se divide em duas. A de cima e a de baixo seguem caminhos diferentes e só se encontram de novo daqui a um mês, no mesmo lugar.

A expressão cultural da religiosidade dos foliões é um costume na região há décadas. Para não deixar a tradição morrer, as novas gerações já começam a ser preparadas.

“Daqui a uns dias, não daremos conta de fazer esse trajeto, 35 dias de giro. Então temos que repassar para os nossos filhos essa cultura”, diz o folião Jackson Cirilo.

Na família do Waldemar Reis, o sangue do folião passou do pai para o filho e agora para o neto. “É uma tradição que eu conheci e aprendi a ser folião, a cantar. Todo ano, eu giro essa região de Monte do Carmo, passei para o meu filho e agora estou ensinando o neto”.

O Prefeito Date, sempre acompanhando e muito feliz por este evento tão tradicional na Cidade.

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